Retail media e a força da colaboração de dados: a moda também tem seu lugar nessa vitrine

No Brasil, o retail media tem avançado principalmente pelas mãos das grandes redes
de supermercados, onde a colaboração de dados entre varejistas e marcas se
consolidou como um passo essencial para campanhas mais eficazes e personalizadas.
A fórmula funciona: quando marcas e parceiros compartilham inteligência, todos
ganham — especialmente o consumidor.

Mas o potencial do retail media vai além das gôndolas. O fashion retail, com sua
conexão direta com o estilo de vida e as escolhas pessoais do público, oferece
condições ideais para explorar esse modelo. A vocação existe — e tecnologias como os
clean rooms são peças-chave para viabilizar essa colaboração de forma segura,
estratégica e respeitosa com a privacidade. É nesse cruzamento entre dados e
criatividade que o varejo de moda pode transformar tendências em experiências de
marca memoráveis.

O fashion retail é como uma Fashion Week permanente: uma maratona em que cada
marca compete com criatividade para chamar a atenção dos clientes. Mas hoje, as
tendências não se formam apenas nas passarelas. Elas ganham vida no uso
estratégico dos dados, e uma ferramenta tem se destacado: os clean rooms. Esses
espaços seguros permitem que marcas e parceiros cruzem informações para
compreender melhor seus consumidores — respeitando a privacidade deles.
Imagine um clean room onde os números substituem os croquis. Os clean rooms não
são apenas um acessório de moda, mas sim a peça-chave nas estratégias do varejo:
personalização de ofertas, campanhas de marketing mais eficazes, colaborações
inéditas. Elas transformam dados em experiências únicas e resultados comerciais
concretos.

Colaborações sob medida

A moda ama colaborações. De grifes de luxo ao streetwear mais descolado, toda
parceria causa impacto. Com os clean rooms, os dados também entram em cena. Por
exemplo, uma marca de roupas pode se juntar a uma joalheria em um shopping center
e, ao cruzarem suas informações, descobrir que clientes que compram vestidos de festa
também adoram pulseiras douradas. O resultado? Uma oferta exclusiva que une os dois
produtos e encanta o público — e os números de vendas.
No universo esportivo, a ASICS demonstrou como esse tipo de colaboração pode ser
poderosa. Usando um clean room, a marca analisou o desempenho de campanhas em
diferentes regiões e otimizou seus investimentos. Cada valor aplicado passou a ser um
verdadeiro acerto estratégico.
Showroom digital com discrição

Os clean rooms cultivam a arte da discrição. Longe de vitrines chamativas, são como
showrooms digitais onde os dados são apresentados de forma segura e anônima. Uma
maison pode, por exemplo, colaborar com um shopping para descobrir quais visitantes
têm mais chance de aceitar um convite para um desfile ou venda privada. Os dados
circulam, os insights emergem — mas a confidencialidade permanece intacta.

Decodificando tendências

Na moda, estar um passo à frente é essencial. Os clean rooms funcionam como
acessórios que leem a mente dos consumidores. Ao cruzar dados físicos e digitais, as
marcas detectam tendências antes que elas se tornem virais. Uma loja de calçados e
uma de bolsas podem perceber que clientes que compram tênis premium também têm
interesse em bolsas de luxo. Daí, surgem promoções conjuntas e eventos especiais,
tudo alinhado às expectativas dos consumidores.

Do mesmo modo, uma marca pode perceber que determinada coleção atrai mulheres
jovens e, com isso, reforçar campanhas no Instagram ou abrir pop-up stores. Essas
ações geram engajamento, viralização e resultados tangíveis.

No fim das contas, o fashion retail sempre soube contar histórias — e agora, com os
dados certos, pode contá-las melhor. Os clean rooms não são apenas uma solução
técnica, mas um novo espaço de criação e colaboração. Elas permitem que marcas
entendam profundamente seus consumidores, respeitando seus limites e desejos. No
universo da moda, onde cada detalhe importa, transformar dados em experiências
relevantes é mais do que uma tendência: é uma evolução natural. E quem souber usar
essa tecnologia com sensibilidade e estratégia, estará um passo à frente na passarela
do varejo.

Thaissa Gentil
Thaissa Gentil
Head of Brand Sales Latam da LiveRamp. Com mais de 14 anos de experiência em monetização de dados, publicidade digital e no varejo, a executiva tem a missão de ativar o ecossistema de publicidade em todas as suas vertentes, com foco na colaboração de dados e commerce media, desenvolvendo o negócio LiveRamp no Brasil e na América Latina. Antes de ingressar na LiveRamp, Thaissa atuou no Rappi, na Johnson & Johnson e na Kimberly-Clark, entre outras empresas.

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